No setor
de saúde, assim como nos demais segmentos econômicos, a busca pela qualidade
vem se tornando um diferencial importante entre as instituições. A acreditação
hospitalar é uma ferramenta utilizada para avaliar a segurança e a qualidade
dos serviços prestados em saúde. A ONA (Organização Nacional de Acreditação) é
a principal instituição acreditadora no Brasil. Internacionalmente, a
certificação mais conhecida e difundida é a da Joint Commission International.
Todas as
acreditações visam uma padronização dos processos, embasada em um ambiente
seguro para pacientes e colaboradores da instituição de saúde. A busca pela
qualidade, inclusive, vem sendo remunerada pelas fontes pagadoras. Instituições
comprovadamente qualificadas pelas acreditações recebem um repasse maior pelos
serviços prestados. Nada mais justo. Maior a qualidade, maior o repasse.
O Brasil
vem passando por uma onda de acreditações e isso é ótimo para o cliente.
Melhorar a segurança tornou-se vital no setor. As instituições que possuem tais
certificações certamente são destaque no mercado.
Vivi um
processo recente de acreditação dentro do hospital em que trabalho. Nos últimos
8 anos, por exemplo, as melhorias são evidentes e as acreditações são as
principais responsáveis por essa mudança. As acreditações vieram para ficar,
mas ainda precisam se desenvolver muito para conseguir mudar, efetivamente, a
cultura de qualidade das instituições de saúde.
O maior
obstáculo encontrado pelos gestores é o envolvimento dos médicos neste processo.
Existem poucos que compreendem a importância e que colaboram. A maioria
desconhece e discrimina. Por que será? Parte da resposta é muito simples. A
instituição que torna-se acreditada passa a ser melhor remunerada, mas o
médico, peça fundamental do processo, não. O grande questionamento desses
profissionais é o seguinte: “Além de mais trabalho, o que eu vou ganhar com
isso?”. Claro que a melhoria da instituição promove ganhos indiretos; porém, a
satisfação do profissional é sustentada por um tripé: reconhecimento
profissional, ambiente de trabalho e remuneração. O equilíbrio promove a
satisfação e consequente retenção dos bons profissionais. Qualquer um dos três,
isolados, não satisfazem o profissional por muito tempo.
É chegada
a hora de toda instituição de saúde profissionalizar a participação dos médicos
nas ações de qualidade, investir na dedicação exclusiva do maior número
possível de profissionais, remunerar, cobrar e valorizar colaboradores
dispostos e aptos a ajudar. Nas melhores instituições de saúde do mundo, o
profissional é remunerado pela assistência, pelo ensino e pela pesquisa. O
perfil de cada um define sua área de atuação dentro da instituição ao longo do
tempo. Qualidade em saúde é pesquisa pura. Identificar o problema, criar
soluções, avaliar o resultado, otimizar o processo e multiplicá-lo são as
essências da inovação. Inovação é o melhor investimento para a perenidade da
instituição e deve ser estimulada sempre. Inovar é crescer.
A primeira
etapa, de conhecimento desse novo universo das padronizações e de qualidade,
está cumprida. A segunda etapa, de aperfeiçoamento das técnicas de gestão em
saúde, chegou. Não podemos deixar de surfar essa onda. A instituição que
conseguir reter seus médicos, de verdade, lançando mão de projetos
profissionais irá se sobressair. Isso é fato.
Como responsável pela assessoria da qualidade, dessa instituição, concordo com o seu parecer.
ResponderExcluirAs instituições vem avançando cada vez mais, afinal esses processos ja dizem tudo '' melhorias contínuas ''.
E estamos caminhando para esse reconhecimento do corpo clínico.
Hoje a UNIMED ja possui alguns programas de qualificação voltadas para o corpo clínico.
Vamos avançar cada vez mais. E a participação do corpo clínico é fundamental para o sucesso de qualquer instituição.
Josiane