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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Hemoptise do Atleta


No último dia 09 de dezembro de 2012 ocorreu aqui em Belo Horizonte a 14a edição da Volta Internacional da Pampulha. Esta prova é o meu xodó. Participei das últimas doze! Neste ano, após um treinamento contínuo e bem mais profissional do que nos anos anteriores, consegui a minha melhor marca. Completei a prova com uma cadência de 4’25’’/Km ou 14Km/h!

Muitos me perguntaram como consegui correr com um tempo tão bacana. A resposta? Disciplina, força de vontade e orientação profissional. No início do ano passado, conversei com o meu preparador físico e coloquei a minha meta: completar a Volta da Pampulha em menos de uma hora e vinte minutos. Durante todo o ano, segui as planilhas corretamente e o resultado chegou. Não existe milagre, existe dedicação e suor. Não completei a prova com menos de uma hora e vinte porque o percurso aumentou. No percurso anterior, completaria em 01:18:55! Objetivo alcançado!

Neste ano, participei de uma iniciativa muito bacana idealizada pelo Dr. Rodrigo Lamounier: a Volta Monitorada. O projeto contou com a presença de aproximadamente 40 atletas diabéticos e 10 atletas não diabéticos. Participei do grupo controle. Todos tiveram suas glicemias monitoradas de cinco em cinco minutos durante todo o percurso. Como? Coloca-se um sensor no subcutâneo do braço ou da barriga e, através de um monitor, registra-se todas as glicemias. No sábado, antes da corrida, foram realizadas palestras com atletas de alta performance portadores de diabetes. Motivação total! O projeto é realmente sensacional! Mais informações no site www.voltamonitorada.com.br

A fixação do sensor no meu braço antes da prova.

Durante a prova, aconteceu um caso bem peculiar e engraçado. Ao participar da Volta Monitorada, no nono quilômetro, eu deveria colher uma glicemia capilar. Precisaria parar, furar o dedo, colher o sangue e continuar correndo. Fiquei um pouco preocupado em perder o ritmo, mas relevei em prol da ciência!

Chegando no quilômetro 9, lá estava a tenda do projeto. Alguns metros antes, recebi uma pequena toalha para secar a mão antes de receber a lancetada no dedo. Nada de mais, porém, para não correr o risco do sangue não ser suficiente, a lancetada era meio bruta. Chupei meu dedo furado e continuei a corrida. Após alguns metros, olhei para minha mão, que estava toda suja de sangue. Limpei-a com a toalhinha que havia recebido e voltei a chupar o dedo ferido pela ciência. Logo depois, estanquei o sangramento com a toalha e continuei a corrida normalmente. Uns dois quilômetros depois, o fato fatídico... Normalmente, cuspimos durante o percurso e ao fazê-lo, me deparei com uma pelota enorme de sangue! “Pelo amor de Deus! Estou tendo uma hemoptise!”- pensei aflito nos possíveis diagnósticos – “Nestes doze anos isso nunca aconteceu! Estou morrendo!”. Foram os três segundos mais demorados da minha vida. Simplesmente havia ignorado que chupara meu dedo ensanguentado e comecei a “viajar”. Após processar a informação correta, comecei a rir sozinho e pensei: “Pelo menos mais uma postagem do blog está garantida!”

Gostaria de desejar um Dois Mil e Galo cheio de saúde e tranquilidade para todo mundo! Agradeço também o Bebeto e a toda equipe Raja Runners pelo suporte. Lembrem-se que os efeitos benéficos das atividades físicas só ocorrem com a prática contínua.

O atleta da hemoptise, a toalhinha e sua 
tradicional homenagem a amada esposa Camila