A
banalização de diagnósticos e tratamentos para depressão é realidade no sistema
de saúde. Acreditar em comprimidos como solução de vários problemas é mais fácil
e passou a ser normal. Gostaria de deixar muito claro que não sou contra os
antidepressivos e ansiolíticos, os prescrevo até com certa regularidade já que são indispensáveis nos casos depressivos graves. Os antidepressivos "naturais", além de prescrever, os utilizo regularmente. Nessa postagem vou comentar sobre três tipos
distintos, pouco estudados cientificamente, mas comprovadamente eficazes na
prevenção e combate da depressão e da ansiedade: correr, jogar bola e “botecar”
com os amigos.
Assim como
qualquer medicação, possuem efeitos colaterais e o excesso pode até prejudicar
o paciente. Em geral, são muito bem tolerados, inclusive por idosos. Cada qual
possui o seu efeito de ação muito bem definido.
A corrida
é um antidepressivo antigo, barato e eficaz. Correr é uma atividade mais
solitária. Durante as corridas tenho meus melhores “insights”, escuto meus
sambas, converso comigo. O momento é meu. Ao final, a descarga de endorfina e a
sensação de bem estar são incomparáveis. Um dos efeitos colaterais são as dores
nos joelhos; por isso, é importante sempre praticar com tênis adequado e novo.
O futebol
é viciante. Jogar futebol é diferente de assistir futebol. Apenas o primeiro é considerado
um antidepressivo e, talvez, um dos mais potentes já inventados. Os homens
fazem uso com muito mais regularidade. A entrada na quadra, no gramado
sintético ou no natural consegue inibir todos os sintomas da depressão. Xingar,
brigar, discutir efusivamente e, ao final, abraçar o colega de pelada é algo que
só uma partida de futebol consegue promover. Comemorar uma jogada ou um gol são
momentos indescritíveis e com efeitos muito superiores a qualquer medicação. A
criação de novas boas amizades é uma das principais vantagens desse
antidepressivo.
“Botecar”
com os amigos é um antidepressivo muito eficaz e, talvez, perigoso. Funciona
muito bem, mas pode criar uma dependência muito fácil e inibir a utilização dos
demais. O limiar entre “fazer bem” e “fazer mal” é muito tênue. Uma sugestão é
utilizar o futebol primeiro e, depois, o “botecar”, a famosa resenha. Sem dúvida,
uma terapia bem eficaz. Assim, um potencializa o efeito do outro. A bebida
alcoólica, consumida moderadamente, lubrifica os relacionamentos, alegra a
vida.
Todos esses
antidepressivos possuem similares e genéricos, basta você encontrar o seu
preferido. Lembrem-se que utilizá-los, desde cedo, melhoram, e muito, sua
tolerância. Pais sedentários, filhos sedentários, exemplo vem de berço também. Qualquer
pessoa pode prescrevê-los, mas uma avaliação médica formal antes de iniciar o
uso pode ser indispensável.
Esta postagem é uma homenagem ao grande plantel do CMD Master!
Grandes colegas, grandes amigos da famosa resenha de quinta!
Breno, parabéns pelo texto. Sua observação sobre o excesso de prescrições de antidepressivos é pertinente e também já comentei algo a respeito no meu blog, mas acho perigosa a observação de que antidepressivos e ansiolíticos, sozinhos, não têm eficácia alguma.
ResponderExcluirIsso é verdadeiro na existência de sintomas depressivos, normalmente secundários a algum estressor ambiental. Porém, em uma síndrome depressiva (ou, como dizemos em psiquiatria, um quadro de depressão maior), os antidepressivos são a única solução - e, geralmente, de uma eficácia comparável à de um milagre, na definição dos próprios pacientes. Nesses casos, prescrever exercícios físicos ou outras atividades prazerosas só frustra o paciente, que não se sente com energia nem para levantar da cama, e piora o quadro depressivo. Mal comparando, tratar um quadro depressivo maior com o que você define como antidepressivos naturais seria algo como tratar uma hipertensão grave com exercícios aeróbicos ou uma quadro de diabetes tipo I com dieta, alegando que antihipertensivos e insulina, sozinhos, não têm eficácia alguma. Nesses casos, assim como o exemplo da depressão maior, os fármacos são a única resposta eficaz.
Grande abraço.
Dutch,
ExcluirVocê tem absoluta razão na sua ponderação.
Concordo plenamente com sua colocação.
Abração,
Breno
Inclusive mudei um pouco a maneira que me expressei tentando corrigir um pouco minha displicência.
ExcluirFicou ótimo!
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