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domingo, 31 de outubro de 2021

O Médico Vendedor

Instagram: @prof.breno





Mercantilizar a Medicina é uma ofensa para muita gente. Sinceramente, não me ofende e vou demonstrar minha visão sobre o assunto. Tudo que envolve venda de tempo é mercantil mesmo. Simples assim! Todos somos vendedores do nosso tempo. O que varia, e muito, é o valor pago por este tempo. Você é assalariado? Você vende seu tempo para a empresa onde você trabalha. Você é médico? Você vende seu tempo para resolver o problema do seu paciente. O médico, como qualquer profissional, precisa ganhar dinheiro para viver. Zero problema nisso, logo, somos vendedores sim!


Vamos avaliar a venda de uma forma adequada então? Sem preconceitos e desarmados? Vender não é "empurrar" qualquer coisa para o cliente e receber o dinheiro. Quem pensa assim, precisa aprender a vender, inclusive! Todos somos vendedores, sem exceção. A venda de qualquer serviço envolve as 8 etapas abaixo: 


  1. Preparação técnica, que pode demorar vários anos, para conseguir oferecer um serviço de qualidade, além da construção da sua imagem profissional.

  2. Conhecer o mercado e o seu cliente alvo. Lembrar que o mercado e o cliente mudam constantemente.

  3. Captar a atenção do potencial comprador do serviço ("lead", termo utilizado no mercado digital). Tradicionalmente, envolve a propaganda, nas suas mais diversas formas, tais como o boca-a-boca, as redes sociais, propagandas tradicionais etc...). Saiba que pagar para que as outras pessoas possam conhecer o seu serviço, principalmente no mundo digital, é uma estratégia que não deve ser menosprezada. Um dos objetivos do marketing é ser lembrado!

  4. Convencer o "lead" a comprar. Envolve seus resultados ao longo dos anos, além de técnicas de persuasão, gatilhos mentais e facilidades para o cliente.

  5. Entregar o serviço da melhor forma possível, preferencialmente, superando as expectativas do cliente. Todos os “Momentos da Verdade” (contatos do cliente com nossa equipe) precisam ser trabalhados. A venda de um serviço não executado adequadamente é o fim do relacionamento. 

  6. Conseguir o resultado proposto. O resultado final é fundamental para o sucesso da venda e para a fidelização do cliente. O cliente satisfeito geralmente volta a comprar, se torna um excelente auxiliar de vendas e, o melhor, gratuito! 

  7. Garantir o melhor pós venda possível! Oferecer todo o suporte necessário após a entrega do serviço. Escutar o seu cliente e a sua percepção sobre o serviço. Isso é poderoso! A criação de um relacionamento transparente e duradouro surge deste suporte. Aqui, abro uma consideração para a Medicina… 


Somos horrorosos no pós venda. Na verdade, poucos fazem. Exemplificando... Na maioria das vezes, não se cria um vínculo entre o cliente e o profissional; inclusive, muitos médicos evitam isso. O médico não faz a menor ideia de como o paciente evoluiu após sua conduta! O problema maior são nos plantões… Se gostou, se melhorou ou se morreu! A maioria não tem a menor ideia do que ocorre depois da consulta. O pós venda em saúde resume-se no interesse, na disponibilidade e na prestabilidade em resolver eventuais contratempos ou dúvidas do seu cliente após a consulta ou procedimento. O impacto é gigantesco, não só na percepção do cliente quanto no aprendizado do médico! O sistema de saúde e o médico precisam criar mecanismos para melhorar, e muito, a qualidade do pós venda em saúde.


  1. Aprimorar constantemente o seu serviço, além de criar novos para oferecer e perpetuar o relacionamento.


A venda envolve todas estas etapas. Nenhuma pode ser banalizada ou ignorada. A venda é o principal objetivo do marketing. Marketing não é propaganda. A propaganda é uma das ferramentas do marketing. Vender é... saber se relacionar com seu cliente, resolver um problema da melhor forma possível e ter humildade para continuar aprimorando o serviço sempre. Entender que clientes satisfeitos compram novamente, divulgam o seu serviço e perpetuam o seu negócio! E agora? Você ainda acha que não é um vendedor? Consegue enxergar estas etapas no seu dia-a-dia profissional? O que está esperando para começar?




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domingo, 24 de outubro de 2021

"Não é Minha Obrigação"

        Instagram: @prof.breno


            Exploração ou oportunidade? Gostaria de trazer esta reflexão para todos aqueles que são subordinados a alguém no trabalho. Frequentemente, escutamos esta frase ("Não é minha obrigação!") no ambiente corporativo. Geralmente, o emissor da frase se considera cheio de personalidade e não aceita ser explorado pelo superior ou pelo "sistema" (tenho um texto que fala sobre o "O Bendito Sistema"). Esta impressão pode ser verdadeira em algumas situações, mas sugiro a você um novo ângulo de visão desta situação. A "nova" obrigação não poderia ser encarada como uma oportunidade? 

"Não é minha obrigação" demonstra como uma pessoa se sairá profissionalmente no mercado de trabalho. Não defendo submissão ou passividade. Não sou a favor do silêncio ante a uma situação errada, de falta de respeito, de hierarquia burra… Sou contra a falta de proatividade responsável.


A proatividade responsável é uma das habilidades não técnicas mais valorizadas no mercado de trabalho. Chefes adoram funcionários proativos. Proatividade não é sinônimo de puxa-saco, submisso, bobo ou baba-ovo! Quem enxerga assim, não vai a lugar nenhum na carreira. Proatividade é fazer as coisas acontecerem, resolver problemas. O que o chefe enxerga como proativo, o colega enxerga como puxa-saco… O proativo “azeita” os processos para os superiores. Não precisa chegar mais cedo, mas se chegar e adiantar uma burocracia, por exemplo, ajuda muito. Não precisa ir trabalhar no final de semana, mas se houver necessidade, por que não? Não precisa treinar a equipe, mas se for para melhorar o dia-a-dia, por que não? Os benefícios da proatividade são infinitamente superiores à passividade burra. Lembrando que o "responsável" aí jamais pode ser esquecido. Jamais assuma responsabilidades daquilo que você não tem competência técnica para realizar. Isso é imperícia e pode levar a falhas catastróficas! A consciência das nossas limitações é uma virtude também.


Vou mostrar duas visões desta situação… Primeiro, ao fazer bem-feito uma nova atribuição, porque não tentar incorporá-la às suas competências e ser reconhecido e valorizado por isso? Você pode ser remunerado a mais, mas sei das dificuldades desta prática no mundo real. Segundo, e talvez o mais importante, você coloca um holofote em você, as pessoas passam a te enxergar dentro da instituição. Obviamente, quando surgir uma oportunidade de crescimento, a chance de você ser lembrado aumenta bastante. 

        O início de qualquer carreira passa por períodos de submissão mais intensa mesmo. Não é baixar a cabeça, obedecer cegamente, se subvalorizar ou não emitir sua opinião e sim, ter a possibilidade de estar próximo daqueles que já chegaram aonde você almeja chegar. A submissão consciente e feliz é parte indispensável do processo de crescimento profissional. Não precisamos e nem devemos ser o "quebra-galho" eterno, mas uma boa quantidade de proatividade responsável é indispensável para sua evolução profissional. 


Analise esta situação… Dois funcionários tecnicamente iguais, um que ajuda no dia-a-dia e entrega sempre mais ou o que só faz o que lhe é "obrigado"... Qual o chefe vai promover? Se você pensou no "puxa-saco", releia o texto novamente! Você ainda não entendeu nada!


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Final do Primeiro Tempo...

Instagram: @prof.breno



O juiz apita o final do primeiro tempo! Eis que chegam os 45 anos! Sem pausa nem para uma água, começou o segundo tempo! A vida é assim mesmo, não tem intervalo. Não tenho nada a reclamar até aqui. Alegrias e dificuldades, me ensinaram algo importante para a continuidade do caminho. Os trupicões me deixaram mais alerta e calejado. As alegrias, o combustível para seguir em frente.


Tenho me identificado muito com uma frase impactante que vi em uma propaganda da Nike: "There is no finish line" - Não existe linha de chegada - ela resume bem o jeito que venho levando minha vida. Acredito que nossa vida exige muito mais constância no dia-a-dia que lampejos de metas cumpridas. Minha meta é seguir constante naquilo que acredito: auto-cuidado (físico, emocional e financeiro), família, gentileza, trabalho e não encher o saco de ninguém!


Um ano a mais de vida ou um ano a menos? Claro que é a mais! Sempre! Chego aos 45 anos com meu peso de 18 anos, próximo da minha 20a. Volta Internacional da Pampulha, jogando bola, Galo líder do Brasileirão e com chances reais de quebrar esse jejum morrinhento, trabalhando o suficiente e em condições espetaculares, duas filhas maravilhosas que me enchem de orgulho e uma esposa que me impulsiona sempre. O que mais eu poderia querer? Tempo! O maior tempo possível conseguindo viver isso! 


Levar minhas meninas ao clube em uma segunda-feira, ir ao estádio ver o Galo com meus amigos, jogar bola, ir trabalhar de Corsa 1996 achando graça e sem vergonha, jantar em casa com ela tomando um vinho e eu uma artesanal de qualidade, viajar pelo mundo com a Camila e transmitir bons exemplos para minhas filhas criarem asas fortes. Isso que desejo no segundo tempo da minha vida! Dinheiro? Continuar preocupado com o que gasto e não com o que eu ganho. Se serei substituído durante o segundo tempo, deixo a cargo do treinador, mas enquanto estiver no jogo, saibam que vou seguir na mesma toada do primeiro tempo! 


Seguirei me cuidando para conseguir cuidar da minha família e dos meus pacientes pelo maior tempo possível, mas sempre com qualidade! Nunca optei pela quantidade na minha vida. Os números que tenho são construídos ao longo dos anos, na jornada, de forma leve, natural, mas constante!


Que venham os próximos 45 com direito a acréscimos, mas que sejam sempre assim: leves, recheados de tranquilidade, saúde, família e trabalho!


terça-feira, 5 de outubro de 2021

Cada Dia Mais Próximo do Último Encontro

@prof.breno no Instagram

     

Ao fazermos uma viagem internacional no início do nosso namoro, Camila e eu nos desentendemos por algum motivo que nem lembro mais. Aquele desencontro, nos serviu de lição para o resto de nossas vidas. Raramente brigamos, mas acontece. Naquela situação, especificamente, para quebrar o gelo e conversarmos, mandei um "fica muito caro brigar em euro… vamos fazer as pazes e curtir a viagem?" Aquilo foi uma virada de chave para nós… Nos comprometemos a não dormirmos brigados ou desentendidos dali para frente. Não vale a pena...


Você já parou para pensar que pode ser a última vez? No mínimo, um dia mais próximo do último encontro. A viagem é a nossa vida, ou seja, curta e cara demais para perder tempo com picuinhas e brigas com quem amamos. 


Discuta, brigue, mas com tempo para acabar! E que seja breve! Não transforme opiniões em muros. Aprenda a enxergar o ponto de vista do outro e a respeitá-lo, sem julgamentos. Já dizia o filósofo Jiddu Krishnamurti (1895-1986): "Observar sem avaliar é a forma mais elevada de inteligência humana". Cada um é dono da sua própria vida, das suas opiniões e das consequências das suas decisões, mais ninguém! Não sou contra discussões, já mudei muito desta forma, mas sou contra a tentativa de imposição de convicções, seja com argumentos frágeis ou pela insistência. Caso uma discussão pare de progredir, comece a girar no mesmo lugar, pare a discussão, simples assim. Passe a página. Não desperdice tempo, pois você estará cada dia mais próximo do último encontro.


Em tempos de polarizações extremas em todos os assuntos, estamos vivenciando desentendimentos familiares absolutamente fúteis, sem nenhum embasamento confiável, às vezes, para nenhum dos dois lados. Julgar uma pessoa pelas suas convicções, me parece, no mínimo, imprudente. Não desperdice este tempo valioso junto. Desarme-se! Observe, sem julgar! Peça desculpas, mesmo estando certo! Abra mão de algumas convicções em prol do sossego! Sorria, elogie, faça a leveza dos seus ambientes! No futuro, você sentirá falta deste tempo desperdiçado ao lado de quem você ama. O tempo não pára e nem da ré!


A reflexão fez algum sentido para você? Compartilhe!