Quem sou eu

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Pais "Varredores" - Uma analogia na criação dos filhos

 


@prof.breno no Instagram

        O Curling é um esporte olímpico de origem escocesa datado do século XVI. À primeira vista, nem parece esporte, mas é! O objetivo principal é colocar o maior número possível de pedras arredondadas no alvo de uma pista de gelo. Após o lançamento, por um dos membros da equipe, os "varredores" entram em ação. Eles esfregam vassouras na frente da pedra para diminuir o atrito com a pista, aumentando a velocidade e também mudando a direção da pedra. 

        Conversando com meu primo, Rafael Silveira Gomes (a quem devo os créditos desta reflexão), gostaria de fazer uma analogia com a criação dos filhos e dos "varredores" do Curling… O excesso de zelo e a necessidade de evitar problemas e "atritos" ao longo da formação dos nossos filhos tem sido muito frequente. Muitos de nós somos os "varredores do curling" na vida dos nossos filhos… A intenção é boníssima, mas as consequências nem tanto. O excesso de proteção para evitar ou minimizar possíveis decepções e "agressões" do mundo lá fora podem atrapalhar mais do que ajudar. O motivo? Estamos criando uma geração que não aprende a se frustrar. Não encontram dificuldades e, portanto, não aprendem a superá-las ou enfrentá-las. Infelizmente, o "mundo lá fora" não é esse leitinho quente não. O mundo é cruel. Acredito que precisamos evitar os problemas, mas tão importante quanto isso é saber lidar com eles. 

        Ao invés de tentar abrir e proteger o caminho, que tal munir nossos filhos com ferramentas para lidarem com as situações adversas da vida, que certamente eles enfrentarão? Seja um luto, uma decepção amorosa, um "bullying", uma demissão, uma nota baixa ou uma falha, todos eles podem vir carregados de ensinamentos. A resistência e o aprendizado verdadeiro só surgem com a exposição, isto é uma verdade do mundo real que precisa ser passada para nossos filhos. O famoso "Skin in the game" ou colocar a pele em jogo, literalmente!

Paradoxalmente, o excesso de proteção cria filhos desprotegidos. Só aprende quem faz e quem vive. Sempre foi assim! Precisamos ensinar nossos filhos a lidarem com situações adversas, a reconhecerem as próprias emoções, utilizando-as de maneira adequada e respeitando a todos. Compreendo a dificuldade, mas, inicialmente, basta estar ao lado e querer ajudar.

        Breno, mas nem eu consigo comigo mesmo, como vou ensinar?! Pois é! Procure ajuda! Estude! E, o mais importante, pratique! Aceitar a falha e trabalhar sobre ela para ensinar o caminho adequado, sem julgamentos, sem grito, sem briga, sem punição, garantirá segurança a eles para dividirem conosco suas angústias, preocupações e problemas reais. Criando esta liberdade dentro de casa, certamente, nós os ajudaremos a ficarem "cascudos", resilientes e sem necessidade de ninguém para "varrer" o caminho deles!



domingo, 14 de novembro de 2021

Pode Não Ser Discriminação

 @prof.breno no Instagram




    A discriminação ainda é muito presente no nosso dia-a-dia, seja pela cor da pele, religião, orientação sexual, condição financeira, opinião política, dentre outras tantas. Desde que o mundo é mundo, a discriminação é o principal combustível para a desigualdade na nossa sociedade. Isto é indiscutível e precisa ser combatido mesmo! Olhando para trás, já melhoramos bastante em todos os sentidos. Claro que temos um caminho longo pela frente, mas o progresso é visível ao longo das últimas décadas.


Assim como a discriminação, a incompetência também é real, principalmente no ambiente profissional. Esta, ao contrário da primeira, segue crescendo nos últimos anos. Não possuir a capacidade de executar uma tarefa, às vezes, dentro da sua área de competência, tornou-se comum e, por incrível que pareça, aceitável! O mercado segue com um volume cada vez maior de mão de obra, porém, completamente desqualificada. Inúmeras vagas de emprego não são preenchidas por falta de qualificação dos candidatos. Isso é um fato! O mercado de trabalho está saturado de profissionais medíocres.


Após estas duas colocações, gostaria de trazer uma reflexão que pode ser de difícil digestão para muitos, mas é necessária. Assim como debridar (limpar) uma ferida incomoda, mas é preciso para melhorar… Nossa sociedade vem misturando as coisas. Muitos andam camuflando a incompetência com a discriminação. Já parou para pensar que independente da cor, da orientação sexual, da religião, do time de futebol, da condição financeira ou da opinião política, existem os incompetentes também? Parou para pensar que pode não ser discriminação e apenas falta de qualificação mesmo?


Arranjar um culpado sempre foi o caminho mais fácil para justificar nossos fracassos… isso é discriminação… o professor é mau… meu chefe não gosta de mim… o mercado não está bom… a lua está em confluência com Saturno… o governo é horroroso… já parou para pensar que você pode ser ruim mesmo? Que você não está preparado e o resultado é simplesmente um reflexo disso? Independente de fatores externos?


Reflita um pouco sobre isso. Sempre há espaço para melhorar e se aprimorar dentro da sua área de atuação. Sei que o acesso à formação, principalmente pública, vem sendo sucateado e é extremamente limitado. Isso é um fato. Sugiro que, ao invés de ficar arranjando desculpas ou culpados para os seus resultados, mude o seu jeito de se preparar para o jogo. Estude mais, leia mais, pare de reclamar, seja gentil, cuide-se primeiro (desacelere, alimentação saudável, sono suficiente e de qualidade, exercícios físicos regulares, educação financeira e qualidade dos relacionamentos), seja foda naquilo que você se propôs a fazer. Saiba que a competência pode ser um baita antídoto contra a discriminação.