Após uma “desligada” de 14 dias retorno hoje com uma nova postagem. Pela primeira vez não colocarei um texto de minha autoria. Este artigo, “Os Dez Mandamentos da Prática Médica" foi escrito há 42 anos e nunca ficou ultrapassado. Há 12 anos afixei na porta do meu quarto e sempre procurei ler e seguir ao pé da letra, literalmente. Acho que é uma leitura muito válida, então, vamos lá...
1- Nada substitui o que se assimila no contato direto com o paciente: uma boa anamnese, um exame físico minuncioso e a perspicácia clínica que resulta da experiência. Disciplina clínica não pode ser aprendida apenas no laboratório ou através de leituras ou palestras.
2- A boa prática médica é trabalhosa e exige dedicação. Não é possível tratar apressadamente de pessoas doentes obedecendo a horários rígidos. Exponha claramente a realidade ao paciente ou à família, durante o tempo que for necessário.
3- Seja otimista: muitas doenças são autolimitadas e aliviadas sem muita interferência do médico. O resfriado comum é um bom exemplo, frequentemente tratado de forma exagerada.
4- SEJA PACIENTE! Um período de observação é, em certas ocasiões, o único caminho para um diagnóstico correto. Não procure impressionar seu doente, ou a si mesmo, com uma quantidade desnecessária de exames complementares.
5- Não seja por demais erudito. Lembre-se de que as doenças mais comuns ocorrem com maior frequencia: pense nelas primeiramente.
6- Não execute em seu paciente nenhum exame que você não faria em si mesmo ou em seus familiares, em idênticas circunstâncias. Não faça excesso de testes que eventualmente possam expô-lo ao risco de complicações iatrogênicas.
7- Use novas drogas com cautela: é preferível manejar poucos medicamentos básicos com perícia e segurança do que utilizar os últimos lançamentos do mercado, que ainda não possuem sólida base experimental. Muitas doenças iatrogênicas resultam do uso indiscriminado ou excessivo de drogas, como por exemplo, antibióticos, tranquilizantes, esteróides e antinflamatórios. Por outro lado, é importante considerar o aspecto psicológico dos casos e usar critérios de bom senso. Desse modo, faz também parte da arte médica saber quando tirar proveito do uso de placebo, eficaz em numerosos casos.
8- Conheça a si mesmo: suas forças e fraquezas. Extraia frutos da insatisfação com seu trabalho. Cultive a curiosidade acerca das doenças, mas trate tão bem o enfermo como a enfermidade. Quando tiver dúvida, procure o auxílio dos mais experientes. Cultive o senso de humor e o verdadeiro sentido de humildade. Não permita que a admiração de seus pacientes influencie seu raciocínio e conduta.
9- Cultive a discrição quanto a nomes e doenças perante familiares e amigos dos pacientes.
10- Retire sempre uma lição a partir dos erros; errar ocasionalmente é humano, mas cada erro deverá transformar-se em aprendizado e obviamente jamais ser repetido.
1- Nada substitui o que se assimila no contato direto com o paciente: uma boa anamnese, um exame físico minuncioso e a perspicácia clínica que resulta da experiência. Disciplina clínica não pode ser aprendida apenas no laboratório ou através de leituras ou palestras.
2- A boa prática médica é trabalhosa e exige dedicação. Não é possível tratar apressadamente de pessoas doentes obedecendo a horários rígidos. Exponha claramente a realidade ao paciente ou à família, durante o tempo que for necessário.
3- Seja otimista: muitas doenças são autolimitadas e aliviadas sem muita interferência do médico. O resfriado comum é um bom exemplo, frequentemente tratado de forma exagerada.
4- SEJA PACIENTE! Um período de observação é, em certas ocasiões, o único caminho para um diagnóstico correto. Não procure impressionar seu doente, ou a si mesmo, com uma quantidade desnecessária de exames complementares.
5- Não seja por demais erudito. Lembre-se de que as doenças mais comuns ocorrem com maior frequencia: pense nelas primeiramente.
6- Não execute em seu paciente nenhum exame que você não faria em si mesmo ou em seus familiares, em idênticas circunstâncias. Não faça excesso de testes que eventualmente possam expô-lo ao risco de complicações iatrogênicas.
7- Use novas drogas com cautela: é preferível manejar poucos medicamentos básicos com perícia e segurança do que utilizar os últimos lançamentos do mercado, que ainda não possuem sólida base experimental. Muitas doenças iatrogênicas resultam do uso indiscriminado ou excessivo de drogas, como por exemplo, antibióticos, tranquilizantes, esteróides e antinflamatórios. Por outro lado, é importante considerar o aspecto psicológico dos casos e usar critérios de bom senso. Desse modo, faz também parte da arte médica saber quando tirar proveito do uso de placebo, eficaz em numerosos casos.
8- Conheça a si mesmo: suas forças e fraquezas. Extraia frutos da insatisfação com seu trabalho. Cultive a curiosidade acerca das doenças, mas trate tão bem o enfermo como a enfermidade. Quando tiver dúvida, procure o auxílio dos mais experientes. Cultive o senso de humor e o verdadeiro sentido de humildade. Não permita que a admiração de seus pacientes influencie seu raciocínio e conduta.
9- Cultive a discrição quanto a nomes e doenças perante familiares e amigos dos pacientes.
10- Retire sempre uma lição a partir dos erros; errar ocasionalmente é humano, mas cada erro deverá transformar-se em aprendizado e obviamente jamais ser repetido.
Esta postagem é uma homenagem a Sra. Anna de Oliveira Mello, minha paciente, que nos deixou no dia 18 e que, infelizmente, não pude estar ao seu lado na despedida. O carinho que tínhamos um pelo outro vai ficar para sempre na minha memória. Meus mais sinceros sentimentos à todos os familiares, em especial, Leníria e Glória.
Extraído do artigo: Ten Commandments of Clinical Medicine – Arch. Otolary, 1969; 90(1):2-3
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